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Despertando Sentimentos

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 22 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de jun. de 2021

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Em  tempos modernos em que a fragilidade dos laços humanos nas relações interpessoais dificulta envolvimentos a longo prazo, o Amor Líquido, assim definido pelo sociólogo Zigmunt Bauman, é resultado de um mundo repleto de sinais confusos onde as pessoas tendem ao individualismo e superficialidade. Vínculos afetivos se tornam cada vez mais raros e fugazes enquanto encontros casuais através das redes sociais e aplicativos de paquera, mais frequentes.


Será que o sentimento de amor está arcaico, ou essa falta de solidez e apego é uma forma de mascarar o medo, às vezes inconsciente, de sofrer? Quando os dois lados são capazes de descartar o outro de forma abrupta, nenhum se sente rejeitado. E rapidamente são substituídos por outro breve relacionamento, sem compromisso, sem consideração, dando continuidade a esse ciclo vicioso.


Na Netflix e no Amazon Prime há duas séries com a mesma temática: um teste preciso que garante encontrar sua alma gêmea. São elas The One e Soulmates, respectivamente. A ideia de que existe alguém perfeito para cada um de nós e que basta fazer um teste para conhecê-lo e ser finalmente realizado na vida amorosa é bastante tentadora. No fundo todos gostariam de passar por uma vivência como essa. Pouparíamos tempo, desgaste físico e psicológico e teríamos uma vida digna de contos de fadas.


Infelizmente essa tecnologia é utópica para ser colocada em prática, assim como na série coreana Love Alarm (Netflix). Um aplicativo revela se há alguém que o ama dentro de um raio de 10 metros e se torna um sucesso em número de usuários. É a comprovação do real sentimento e da reciprocidade (ou não) do parceiro.


Não é possível saber o sentimento do outro a não ser por dedução através de suas atitudes, carinho, preocupação e demonstração de afeto. Ainda assim, nada é garantido e só nos resta confiar e seguir nossa intuição. Mas e em relação aos nossos sentimentos? O quão difícil é a percepção do que se passa dentro de nós, para que (no caso da série) precise de um app para nos mostrar isso? Como distinguir a paixão do amor e até mesmo do sentimento de posse? Afinal, é fácil saber que estamos gostando de alguém, mas sabemos quando amamos de verdade?


E assim seguimos testando sem o teste, com o turbilhão de emoções aflorado pelo “não saber”, como euforia, encantamento, alegria, ansiedade, decepção, tristeza, raiva, tédio, calma, surpresa, entre tantas outras, boas e ruins. E somos obrigados a lidar com elas sem o Love Alarm para nos despertar desse sonho de obter as tão desejadas respostas para as nossas dúvidas.


Super beijo,


Sindy


 
 
 

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