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Sai caro, mas não tem preço!

  • Sindy Milani Macedo
  • 19 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Mais um texto que escrevi há anos...


Sobre o assunto abordado, vale ressaltar que melhorei esse aspecto em mim, apesar de ter umas recaídas de vez em quando (admito)!

Descobri que sou uma compradora compulsiva. Sim, sou uma consumista consciente de minha doença. Os sintomas? Ansiedade; insônia; um vazio no peito enquanto não compro o que tenho em mente, causador das noites sem dormir; um desejo incontrolável de obter tal objeto e mãos inquietas (que teimam em tirar o cartão de crédito da carteira). Os remédios: com uma dose de compra já é possível perceber melhoras. Os músculos do rosto se contraem involuntariamente transformando-se em um grande sorriso. A mente, antes na dúvida se conseguiria ou não possuir a mercadoria, fica em estado de graça, só imaginando quando e onde será desfrutado o tal objeto de desejo finalmente adquirido. Duas doses de compras, ou mais, funcionam como uma droga. Um suspiro deixa o corpo totalmente relaxado em que a felicidade toma conta juntamente com uma onda de calor e prazer. Todos os problemas e preocupações somem e a mente é preenchida somente pela sensação de satisfação. A vida se torna bela, mais alegre e colorida. E daí se não tenho namorado? Tenho esses brincos lindos que me deixarão mais charmosa, que combinam perfeitamente com essas botas que custei tanto a achar. E veja essa bolsa maravilhosa e espaçosa onde poderei guardar toda essa maquiagem que estava em promoção, que corrigirá as imperfeições deixando meu rosto mais iluminado, aumentando, assim, meu poder de atração. Essa melhor sensação do mundo perdura por horas e horas, às vezes dias, seguidos por noites muito bem dormidas, ainda com o sorriso estampado no rosto. Os dias vão passando e começo a me dar conta que, apesar de não ter mais espaço livre no meu guarda-roupa, que 80% do mesmo não foram usados, e que a maioria ainda está com a etiqueta, toda a bela história que imaginei ao comprar cada peça de vestuário, cada acessório, acaba por não acontecer. Roupas não me faltam, mas situações para usá-las, sim. Aquela imagem mental que criei, de frequentar diferentes lugares, aproveitando momentos especiais bem acompanhada, não se concretiza. Estou preparada para muitos encontros, reuniões e compromissos, se não fosse um pequeno detalhe: eu os evito! Qual será o problema comigo? Para não cair em uma profunda depressão, procuro focar meus pensamentos em outro alvo. O que poderá preencher este vazio que sinto e me tirar dessa tristeza que parece não ter fim? Como posso me sentir melhor, aumentar minha autoestima, relaxar meu corpo e mente, fazer meus olhos brilharem? Algo que traga a mim sensações maravilhosas de completa realização e entusiasmo? Não demoro a descobrir: Está lá, na vitrine!


Super beijo,


Sindy


 
 
 

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