Jogando com a Sorte

Quando conheço alguém, logo aviso que não gosto de joguinhos. E após alguns jogos de olhares e de palavras, lá estou eu caindo no jogo de sedução. No começo ele é limpo, aberto, sem muitos segredos. A instrução parece clara e objetiva. Um jogo de cooperação, em que os dois ganhariam no processo que envolve lógica e entretenimento. Não há competitividade, com regras de comum acordo. A boa comunicação e parceria são os aliados indispensáveis para um bom resultado. Com a interatividade, desenvolvemos habilidades práticas. A sensação de felicidade é absoluta e a diversão é garantida. Afinal, jogo é um termo do latim, "jocus", que significa brincadeira e divertimento.

Com a estimulação mental e física, sentimo-nos preparados para qualquer obstáculo. Até o momento em que somos desafiados e o nível de dificuldade aumenta, causando instabilidade e insegurança. Os jogos de linguagem se tornam confusos. Encontro-me em meio a um quebra-cabeça, tentando decifrar o que se passa dentro dela. Tanto da minha, quanto a do outro jogador. As peças não se encaixam... Como saber se ele não está blefando? Há outros adversários envolvidos? As cartas já não estão na mesa e passa a ser um jogo de adivinhação.

Temos um impulso natural de não querer perder nesse jogo de interesses, mesmo tendo a percepção de que estamos perdendo tempo ao tentarmos dar continuidade ao jogo. Mas também nem sempre gosto de utilizar estratégias só para sair ganhando, pois nem toda disputa vencida é satisfatória e ninguém merece sentir o peso da derrota. É preciso ter jogo de cintura e saber que o melhor a se fazer é largar a rodada e passar a vez, para que todos fiquem no empate e prossigam com suas vidas, enquanto jogo sozinha, com os meus próprios sentimentos. Então chegará o dia em que a melhor partida será com um bom partido que não procure um passatempo.

“E se for bom partido, imagine inteiro?”

Super beijo,

Sindy