Fruto Escruto
- Sindy Milani Macedo
- 18 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Mexendo no computador, encontrei vários textos (um pouco sarcásticos) escritos por mim há mais de 10 anos! Pretendo postar um por um, aos poucos, aqui no blog. Interessante notar que alguns assuntos abordados ainda se aplicam adequadamente nos dias de hoje. Como mais de uma década se passou, com ela, veio o amadurecimento. Foi justamente o texto sobre maturidade o escolhido para ser o primeiro dessa série de crônicas a ser postado:

Foi-se o tempo em que o processo da adolescência para a fase adulta era marcado por seu amadurecimento, evolução e crescimento físico e mental. Com a vivência, as pessoas tendem a fortalecer sua personalidade, definir seus objetivos e viver a vida com maior responsabilidade. Assim como um fruto que amadurece e está pronto para ser apreciado. Atualmente esse processo já não existe mais. Os frutos verdes desprendem-se e, com a queda, apodrecem antes mesmo de amadurecerem ou estragam ao deixarem pragas tomarem conta deles, sugando-os e os consumindo cada vez mais. Temos que tomar cuidado também ao tentarmos superprotegê-los, pois podemos nos tornar agrotóxicos, que envenenam o fruto. As pessoas não sabem o que querem, são inseguras, confusas e facilmente manipuladas por más influências. Esperamos atitudes de homens que não as possuem. Decepcionamo-nos pela falta de iniciativa dos outros e o que é pior, muitas vezes pela nossa também, pois não sabemos como ajudá-los em suas indecisões.
Temos que aprender a lidar com eternas grandes crianças, que não possuem perspectiva de vida, jogando com sentimentos alheios em que ninguém sai ganhando desta brincadeira, a não ser o orgulho inabalável. Há também seus jogos físicos com suas novas versões. Depois de muito pega-pega, gato mia, temos que nos preparar para o esconde-esconde. Não espere que eles entreguem o jogo, pois ainda estarão escondidos e só aparecerão quando você entrar na brincadeira de outro, afinal, eles não querem sair perdendo. É uma ciranda cirandinha, tantas voltas caindo em seus joguinhos novamente. Toda a conversa para nos conquistar foi um verdadeiro telefone sem fio em que interpretamos de maneira errônea o que foi dito por eles inicialmente, iludindo-nos. Lembre-se, só há graça nas brincadeiras se muitas pessoas estiverem participando, então a exclusividade é nula. Corremos o risco de sermos consideradas café com leite e eles não verão mais graça em jogar conosco, dando prioridade para outras participantes. As mulheres que vencem esse joguinho são as que roubam, trapaceiam e que só sabem brincar de trepa-trepa, marcando, assim, muitos pontos. Sim, são elas as verdadeiras pragas que os atacam, extraindo o que ainda restava de doce neles, deixando-os azedos. Nós, que não estamos a fim de brincadeira, continuamos nossa busca incansável pelo fruto maduro que se torna cada vez mais escasso nesta estação, restando-nos somente os bagaços (além dos frutinhas).
Super beijo,
Sindy
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